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domingo, 5 de junho de 2016

Conto | O Nascer da Lua - Parte 2

 
Como já era esperado, no dia seguinte ao encontro de Luan com Samantha, o rei o chamou junto com seu esquadrão de guerreiros para uma missão. “Graças aos Deuses”, pensou o jovem guerreiro, pois já estava cogitando a possibilidade de não ser convocado.


Nesse momento ele estava entrando na sala do trono junto com seus companheiros, este aposento era bem conhecido por ele, já estivera ali dentro inúmeras vezes, e em algumas dessas vezes junto com seu pai. A sala era
imensa, com grandes janelas, para deixar a luz natural entrar e, levando em conta que a sala fica em um dos andares mais altos e o castelo no topo de uma colina, dar ao rei uma vista privilegiada do reino. Ao lado das janelas se encontram lindas cortinas vermelhas escolhidas pela própria rainha. No lado oposto à entrada havia três tronos, o maior, que se localiza no meio, é o do soberano. Os outros dois menores, um de cada lado do maior, são os da bela rainha e da jovem princesa. Mas, neste momento, todos se encontravam vazios e em pé, um pouco a frente, estava Affonso o conselheiro favorito e primo do rei. Junto dele estavam Guillerme, o capitão da segurança do castelo, e mais dois guardas. 

— Se aproximem. — ordenou Affonso. Todos se aproximaram e fizeram uma reverencia. — Estou aqui para mandar-lhes para uma missão… 

— Onde está o rei, senhor? — interrompeu Luan.

Affonso, irritado, olhou-o nos olhos e disse: 

— Isso não é da sua conta, não é mesmo Monte-Negro? Basta saberem que o rei se encontra ocupado no momento com assuntos mais urgentes. — Luan desviou o olhar e Affonso continuou — Como eu estava dizendo vou mandar-lhes para uma missão no sul. No Reino Obscuro, pra ser mais exato. 

Ouve um burburinho entre os guerreiros, mas Luan perguntou com a voz acima dos demais: 

— E o que faremos lá, meu senhor? 

— Vocês devem procurar por um pergaminho que está em posse do Sacerdote-Chefe de um dos três templos de Zarash, o deus Negro. 

Agora todos olharam preocupados para o conselheiro. Mesmo assim ele continuou: 

— Vocês reconhecerão o pergaminho, pois neste contem o nome do deus logo no início. Assim que o conseguirem, voltem o mais rápido que puderem. Agora vão, partam imediatamente. 

Com isso, todos fizeram mais uma reverencia e saíram. 

 

Uma hora depois o esquadrão já tinha partido rumo ao seu destino, Luan estava acompanhado de seus cinco melhores guerreiros. Entre eles está Rafael, o segundo no comando e melhor amigo de Luan. Depois de uns vinte minutos de viagem eles avistaram o templo de Bórun, o deus Branco, que ele e o povo de seu reino veneravam. Pararam lá para pedir a benção e a proteção do deus, como sempre faziam antes de irem para alguma missão. Eles entraram e foram direto para o altar, onde tinha uma estátua de 3 metros do deus, ajoelharam diante dela e fizeram suas preces em silencio. 


Senhor Bórum!” pensou Luan “Ajude a mim e ao meu grupo, para que consigamos cumprir nossa missão. E…” prosseguiu “se ajudar-me a descobrir algo sobre o que aconteceu com meu, eu lhe serei eternamente grato”. 

Quando estavam quase na saída do templo, um bando com quatorze ladrões malvestidos entrou e, assim que viram os guerreiros, puxaram as espadas: 

— Ora, ora, ora… — falou o que parecia ser o líder — Parece que encontramos uns soldadinhos fora do castelo. Não são os burgueses que nós pensávamos que estariam aqui dentro, porém, é certeza que vocês também têm dinheiro, não é mesmo? — com isso ele apontou a arma em direção ao peito de Luan. O jovem abriu um sorriso irônico e indagou: 

— E se for verdade? 

— Se for verdade… — respondeu o bandido — você e seus amigos vão ter que nos dar tudo. 

— E se eu não concordar com isso? 

— Então eu vou ter que cortar a garganta de vocês. — ao dizer isso ele aproximou a espada e encostou a ponta no pescoço de Luan. Este apenas apontou para a espada e disse: 

— Você não deveria brincar com essa coisa, é muito perigosa. 

O líder ladrão se irritou e gritou alto: 

— Com quem pensa qu… — mas neste instante, aproveitando a irracionalidade do inimigo, Luan pegou duas adagas, uma em cada mão. Com a esquerda ele afastou a espada de seu pescoço e, rápido como um raio, ele se aproximou de seu alvo e o esfaqueou com a direita. 

Neste mesmo momento os guerreiros atacaram os ladrões, depois de uns 5 minutos de luta, Luan e seus homens derrotaram todos. Quando viram que não tinham mais alternativas, os quatro bandidos que ainda conseguiam ficar em pé fugiram correndo, deixando seu chefe e seus companheiros caídos no chão. 

— Foi um bom aquecimento. — Disse um dos guerreiros. 

— Poderia ter sido melhor. — Respondeu Rafael com um sorriso irônico. 

Mas Luan falou seriamente. 

— Isso foi uma perda de tempo, deveríamos ter acabado com todos assim que entraram. — e Rafael respondeu — Calma aí meu amigo, não podemos matar todos que ficarem nos atrapalhando. 

— Porque não? Seria bem mais rápido. 

— Bem… verdade. Mas nem todos merecem morrer como bandidos. 

— Você tem razão. — Falou Luan, um pouco mais calmo. — Só estou querendo chegar logo em nosso destino. 

 

Assim que saíram do templo todos montaram em seus cavalos e foram a diante. A viagem demorou vários dias, passaram por muitas florestas escuras, montanhas altíssimas e desertos imensos, mas finalmente conseguiram chegar nas Terras do Sul e só faltava passar por mais uma cidade para chegarem ao seu destino. 

Vendo o cansaço de seus homens por causa da viajem e como já estava noite, Luan decidiu parar em alguma hospedaria para descansarem. Em menos de dez minutos eles acham uma pousada e o jovem herói vai pessoalmente ver se tem vagas para todos eles. Ele bate na porta e chama por alguém. Depois de um tempo ele escuta um barulho no outro lado e em seguida uma voz rouca e preocupada pergunta. 

— Quem está aí? 

— Seis viajantes procurando um lugar para passar a noite. — Disse Luan. 

— Vão embora, não tem mais vagas aqui. 

— Por favor, senhor. Só precisamos de um ou dois quartos, e vamos pagar bem. 

Depois de um minuto de silêncio o homem falou. 

— São cinco moedas de prata por cada um. 

— De acordo. E ainda pagarei a metade agora. 

Eles escutaram um barulho de ferragens e depois a porta se abriu. De lá saiu um velho homem que, apesar da idade, era muito forte e alto. A pele morena por causa do sol, poucos cabelos e os olhos cinza e penetrantes, demostravam que era um homem que já tinha passado por muitas coisas na vida, mas que estava preparado pra muito mais. Ele se apresentou como Aran e os levou para dois quartos, um para duas pessoas e um para quatro. Sem falar muito além do necessário, assim que chegaram aos aposentos, o dono da hospedaria entregou-lhes as chaves pegou a metade, prometida, do dinheiro e se retirou. 

Assim que entrou no quarto, que tinha duas camas de solteiro, Luan foi se deitar. Rafael ficou dividindo o aposento com ele e os outros soldados ficaram no quarto em frente. Depois de algumas horas dormindo, o jovem herói acorda em plena madrugada pensando ter ouvindo alguma coisa. Assim que olha para a cama ao lado percebe que seu amigo não está nela. 

— Rafael? — Chama-o, preocupado — Rafael onde você está? — mas ninguém responde. 


Ele se levanta pra pegar suas armas, mas todas sumiram junto com seus pertences. Só com a roupa do corpo ele saiu do quarto e foi para o da frente, bate na porta chamando seus guerreiros mais ninguém responde. Quando vai tentar forçar a porta vê que ela esta destrancada. Assim que a abri vê que não há ninguém nesse quarto também. Já muito preocupado com o que pode está acontecendo ele pensa que isso pode ser obra do esquisito dono da pousada, Aran. Feito um lunático ele sai correndo gritando para seus homens, para Aran e para qualquer um que talvez possa ouvi-lo. Procura em todos os quartos, mas não encontra ninguém, nenhum único hospede. Cansado de tanto correr ele para no meio do corredor, olha para um lado e para o outro. Nada a vista. Ele se joelha e desabafa cansado. 

— Aonde foram parar todos? 
Continua...
Cap. 1 aqui.

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